segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Primeiro Passo





Essa mania que as pessoas têm de simplesmente "fechar os olhos" para as coisas que realmente importam já me irrita há um bom tempo.
Às vezes eu me pergunto por onde devemos começar, qual seria o primeiro passo para conseguirmos alcançar a chamada "evolução" da sociedade. Sim, ainda temos que alcançá-la, ao contrário do que muitas pessoas pensam. A "evolução" que hoje muitos dizem ter alcançado ainda não chegou para todo mundo.
Temporalidade múltipla, é isso o que vejo. De um lado, o século XXI, com sua modernidade, seus avanços e tecnologias; do outro, pessoas vivendo abaixo nos níveis adequados de vida saudável, décadas de anos atrasados. Afinal, isso é uma SOCIEDADE, ou é cada um por si? Parece que a segunda opção se encaixa melhor nas nossas circunstâncias.
Não tenho a pretensão de julgar o que vale mais, por que não se trata de valores, nem de colocar na balança para ver o que está certo ou errado. Só coloco em questão aqui a realidade em que vivemos atualmente, e que parece que não vai sofrer transformações tão cedo. Será que é "justo" algumas pessoas receberem milhões por chutar uma bola, ou desfilar em passarelas, enquanto muitos trabalham mais do que dormem para receber menos que o suficiente para a sua própria subsistência?
O pior de tudo é que o problema, conforme o tempo passa, vai se tornando comum, e as pessoas acabam deixando essas questões de lado. Questões que eu considero essenciais para se conseguir a "evolução" da sociedade, a "evolução" individual, a "evolução" humana.
Acho que já descobri por onde é que tudo deve começar: por dentro de cada um. Quando cada pessoa estiver consciente do que acontece ao seu redor, quando cada pessoa estiver disposta a mudar alguma coisa, as coisas funcionarão. Sozinho, eu sei que ninguém vai mudar o mundo, mas é preciso dar o primeiro passo. Acho também que isso não é surpresa para ninguém, o problema é que é muito mais fácil deixar as coisas como estão, pra que ter o trabalho de mudar?
Enquanto isso, milhares de pessoas continuam com seus olhos fechados para essas questões. E sabe por quê? "O que os olhos não vêem, o coração não sente".

segunda-feira, 22 de junho de 2009

[Des]Encontros

São intrigantes as formas como as pessoas passam pela minha vida. Elas deixam um pouco de si, levam um pouco de mim. Há aquelas que roubam pedaços do meu corpo, como algo que está ali, exposto, e que cabe a quem passa pegar a sua parte e ir embora, sem dar a mínima satisfação. Há aquelas que deixam rastros, marcas, sinais de que passaram por mim, e nem sequer perguntam se quero de fato lembrar-me delas.
Deixam as perguntas sem resposta, respondem o que era melhor não ter respondido. Fazem uma uma limpeza na minha cabeça, ou simplesmente jogam mais lixo nela. Deixam a minha vida assim como entram: de repente.
E eu? Só me restam as lembranças, estonteantes e sufocantes, uma súplica por algo real, o qual eu possa agarrar e me apoiar. Cercada por pessoas, que só estão analisando melhor a parte que levarão de mim, eu continuo aqui, vivendo os momentos que serão as minhas lembranças futuras.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Tempo: o melhor professor

Com o tempo, eu aprendi muitas coisas sobre a vida. Aprendi que hoje eu posso gostar de verde, mas amanhã posso gostar mais do azul. Aprendi que hoje pode estar chovendo, mas amanhã pode estar muito calor. "Nada é imutável", já dizia o filósofo Heráclito. Isso é reconfortante, pelo menos para mim, que sou uma metamorfose ambulante, e seria horrível se o mundo à minha volta não se adaptasse às minhas mudanças.
Com o tempo, eu aprendi que as experiências nem sempre são boas, e que, além de serem um alerta, as ruins são obstáculos que surgem em nossos caminhos, e que servem para provar a nós mesmos que somos capazes de seguir em frente. Para mim, não importa o tempo que você conseguiu se manter de pé; o que realmente importa é quantas vezes você caiu, e ainda assim, conseguiu se levantar.
Com o tempo, eu aprendi que tudo é relativo. O copo pode estar meio vazio, ou meio cheio, é você quem decide. Se você enxerga o limão, os outros podem enxergar a limonada. E assim o mundo caminha, um tentando mostrar que o seu próprio "certo" é melhor que o do outro, muitas vezes sem nem tentar compreender o ponto de vista oposto.
E é assim que as coisas são para mim. Pelo menos, por hoje...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Bolha?

Meu mundo é, no mínimo, curioso. Vai além de globalização, capitalismo, metrópoles e buzinas. Vai além de fadas, elfos e florestas encantadas. Vai muito além da sua imaginação, além da minha própria imaginação. Um lugar protegido por uma película colorida: como uma bolha de sabão. Na verdade, a película não protege nada nem ninguém: as suas cores só me dão a ilusão de alguma proteção, como se nada pudesse penetrar meu mundo particular, como se nada pudesse interferir. Na verdade, minha bolha não passa disso: ilusão. Ao mais simples toque, 'puf'... A película desaparece, e volto a ser vulnerável. Uma ilusão saudável, eu diria. Talvez seja mesmo melhor acreditar que estou segura, num lugar onde só há uma habitante: eu! Parece egocentrismo, mas juro que não é. Também não sou antisocial. Considero a capacidade de lidar sozinha com meus próprios pensamentos uma virtude. Afinal, de quem ou do quê eu estou querendo me proteger? Não sei... Mas até descobrir, cotinuarei em minha bolha. Seja bem-vindo ao meu mundo particular.